Felipe Furtado
@corretorjornalista

O Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou nesta quarta-feira (02/08/23) a redução de meio ponto percentual na Taxa Selic. É a primeira queda - de 13,75% para 13,25% - registrada nos últimos três anos - a última tinha sido em agosto de 2020, quando caiu de 2,25% e chegou a 2%, o menor índice já registrado na história - e a primeira mudança dos últimos 12 meses - a última tinha sido o aumento de 13,25 para 13,75 e agosto de 2022.

Daí, você pode estar se perguntando em que essa redução influencia na sua vida. E eu vou te responder isso. A Taxa Selic é um termômetro para definir as taxas de juros, para empréstimos, financiamentos, e dos cartões de crédito também, por exemplo. Ela também influencia no quanto seu dinheiro pode render se você investir em renda fixa ou em outros tipos de investimento.

E pode ser que você já saiba tudo isso. Mas, eu vou trazer alguns exemplos pessoais e práticos para te explicar melhor como ela influencia no mercado imobiliário.

 Em janeiro de 2021, a taxa Selic estava em 2%, o menor índice da história. Nessa época, eu comprei um apartamento, financiado pelo Bradesco, com a taxa de juros a 6,8% ao ano. Nessa mesma época, os bancos particulares conseguiam trabalhar com taxas mais acessíveis do que a Caixa.

 A partir de março de 2021, a Taxa Selic começou a subir. Em outubro de 2021 ela já estava a 7,75% ao ano. E nessa época eu ainda consegui uma taxa de 7,8% num financiamento que fiz no Itaú. A Selic continuou subindo e em agosto do ano passado, chegou a 13,75%. Em dezembro de 2022, eu comprei outro imóvel financiado. E nesse caso, a taxa de juros no banco já fechou em 9,16% ao ano.

Ou seja, a medida que a Selic subia, os juros acompanharam os aumentos de maneira rápida! Num intervalo de 23 meses, as taxas de juros subiram de 6,8 para 9,16%. Em alguns casos, até mais. 

Já, quando o assunto é queda de juros, a velocidade é completamente diferente. Com a queda de 0,5% anunciada pelo Copom, ainda não devemos ver muitas mudanças. Mas, tem um lado bom nessa história. De acordo com a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), um ponto percentual a mais nos juros do crédito imobiliário deixa em torno de 1 milhão de famílias sem acesso ao crédito. E o mesmo acontece quando a Selic cai. A cada 1% que cai, 1 milhão de brasileiros passam a ter condições de financiar.

Resumindo a história, vou fazer uma analogia:
Quando a Selic sobe, os juros sobem na velocidade de um foguete do Elon Musk. Quando a Selic desce, os juros descem lentamente, como um submarino em direção ao Titanic. Você acha que vai chegar no fundo do mar... mas essa queda nunca chega ao destino esperado.

Se você pretende financiar um imóvel em algum momento da sua vida, quanto mais baixa a Selic, maiores as possibilidades de crédito com juros mais acessíveis.

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