1) Mercado corta projeção para taxa Selic diante de economia e dólar mais fracos
Depois do estresse com temores fiscais em dezembro de 2024, o mercado tem atualmente considerado que a desaceleração da atividade econômica, combinada a um dólar mais fraco, deve levar o Banco Central a ser menos agressivo no aperto monetário. A aposta na taxa Selic no final do ciclo de alta migrou de 17% ao ano no pior momento de temor do mercado em dezembro passado para algo em torno de 15,25%. "O BC agora está sendo mais data-dependent, olhando para a expectativa de inflação, mas também para as consequências que esta taxa alta poderia ter", disse Laiz Carvalho, economista para o Brasil no BNP Paribas. Para ela, o combate à inflação deve ser feito com a manutenção do juro alto por mais tempo, e não com a elevação da Selic para até 17%, como o mercado chegou a projetar no auge da turbulência. Ela prevê Selic de 15% no final do ciclo de aperto.
2) Mesmo com juros altos, financiamento é primeira opção de compradores de imóveis
O financiamento bancário é a modalidade preferida para quem sonha em comprar um imóvel no Brasil. Segundo um relatório da Loft, a opção foi citada por 36% dos entrevistados, logo à frente de programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida (35%). De acordo com a pesquisa, o uso do FGTS (21%) e de recursos próprios (21%) também se destacam como opções relevantes para quem deseja comprar o próprio imóvel. Entre as alternativas citadas pelos participantes estão ainda os empréstimos bancários (19%) e os consórcios imobiliários (16%). A expectativa de Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft, é que essas outras opções ganhem mais espaço em 2025, uma tendência justificada pelo aumento da taxa de juros no País.
3) Imóveis de luxo superam juros altos e aquecem o mercado imobiliário
Os imóveis de alto padrão aparecem no centro das atenções do mercado imobiliário em 2025. Menos sensível a incertezas econômicas, o segmento deve atravessar ileso o cenário marcado pelo elevado patamar dos juros, a restrição de acesso ao crédito e a fuga da poupança. A busca por imóveis de luxo cresceu em janeiro. A comparação com o mesmo período do ano passado aponta para um aumento de 19,3% na procura por casas com valor acima de R$ 1,5 milhão. Entre os apartamentos, a variação positiva alcança 12,4%, segundo informações dos portais do Grupo OLX.
4) Campo Grande tem maior alta no preço dos imóveis residenciais do Brasil; veja cidades mais caras
O preço de venda dos imóveis residenciais subiu 0,68% em fevereiro deste ano, uma alta em relação ao aumento visto em janeiro, de 0,59%, com valorização alcançando 52 das 56 cidades acompanhadas, incluindo 21 das 22 capitais que integram a pesquisa do Índice Fipezap. Na liderança entre as altas, a cidade de Campo Grande (MS), com variação de 2,26% no mês. Na sequência estão João Pessoa (PB), com avanço de 2,17% e Salvador (BA), de 2,10%, enquanto em Aracaju (SE), diferentemente, os preços residenciais tiveram queda de 0,82%. Apesar da alta, Campo Grande não está entre as mais caras do país, já que tem preço médio de R$ 6.235/m². Na amostra mensal, Balneário Camboriú (SC) segue liderando com o metro quadrado mais caro do país.
5) Expansão do Airbnb no Brasil impulsiona mercado, mas acirra competição
O mercado de aluguel por temporada no Brasil segue em forte expansão, com o Airbnb consolidando sua presença no país. Dados públicos do último trimestre de 2024 indicam que a plataforma elege o Brasil como um dos mercados de maior crescimento global. Atualmente, são cerca de 550 mil imóveis listados no país, refletindo a crescente adesão de proprietários a esse modelo de locação. No entanto, a oferta crescente começa a impactar a rentabilidade dos anfitriões. Esse foi o tema de uma entrevista concedida pelo CEO & Managing Partner do GRI Club, Gustavo Favaron, ao CNN Brasil Money.
6) Em São Paulo, imóveis econômicos, do Minha Casa, Minha Vida, são menores do que os compactos
Pesquisa feita pela consultoria imobiliária Brain mostra que a área privativa média de unidades compactas, como estúdios, à venda em São Paulo é de 38 metros quadrados. São cinco metros a mais do que os 33 metros quadrados, em média, das unidades de padrão econômico, que atendem o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). De tamanho semelhante, a principal diferença entre os imóveis compactos e os econômicos está no preço. A média por metro quadrado no segmento popular é de R$ 7.981, enquanto nos compactos, sobe para R$ 18.939. É o terceiro segmento com o maior valor por metro quadrado, atrás apenas do luxo e do super luxo, cujo preço médio está em R$ 19.803 e R$ 33.114, respectivamente.
7) Multifamily: A Greystar quer conquistar a classe média brasileira em 2025
O segmento imobiliário de multifamily — empreendimentos residenciais voltados exclusivamente para locação — vem crescendo em São Paulo, sobretudo pela adesão do público de alta renda. Mas, para ganhar escala, as empresas que atuam no negócio precisarão furar a bolha e convencer a classe média de que compensa mais alugar serviços do que comprar tijolo. Esse é o desafio de Vitor Costa, country manager da Greystar Brasil, subsidiária da gestora de ativos para renda norte-americana com mais de US$ 320 bilhões em imóveis sob gestão, em cerca de 250 mercados globais. Economista formado pela Unicamp, Costa chegou na companhia há dois anos com a missão de acelerar o “market share” no Brasil.
8) Inadimplência do aluguel sobe nos primeiros meses do ano; bets agravam endividamento
Os primeiros meses do ano demandam atenção especial para as imobiliárias que atuam com locação. Isso porque os índices de inadimplência costumam ser altos nesse período, segundo um levantamento da Superlógica. No ano passado, o maior índice de inadimplência nos aluguéis foi registrado nos meses de fevereiro e abril (3,86%), seguido por março (3,76%). E um novo elemento agrava a situação de endividamento do brasileiro desde o ano passado: as apostas esportivas e os jogos on-line. Levantamento da CNC indica que os brasileiros destinaram cerca de R$ 240 bilhões para apostas on-line em 2024. A população de menor renda tem sido mais afetada, comprometendo, inclusive, valores que seriam destinados a despesas essenciais, como aluguel e condomínio.
9) ABC Paulista volta à mira das construtoras com projetos de alto padrão
Principais cidades da região recebem empreendimentos da Living (marca da Cyrela), da Patriani e da Plano&Plano. O ABC Paulista está voltando à mira das incorporadoras, especialmente na cidade de Santo André. Com três lançamentos recentes e cerca de mil novos apartamentos, a rua Dr. Rubens Awada é símbolo dessa tendência. A localização, fator preponderante para investimentos imobiliários, é o que tem atraído empresas para lá.
10) Setin e Valora compram terreno no Ibirapuera para projeto de alta renda
A incorporadora Setin se aliou à gestora imobiliária Valora para erguer um residencial de alto padrão no meio do caminho entre o Parque do Ibirapuera e a Avenida Paulista. A dupla acaba de acertar a compra de um terreno na esquina das ruas Manoel de Nóbrega e Tutóia, um investimento de R$ 80 milhões – parte em cash da Setin e parte em crédito concedido pela gestora. O lançamento está previsto para o segundo semestre. O VGV estimado é de R$ 350 milhões. Serão dois apartamentos por andar, de 210 m² cada, somando 46 unidades.
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Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um entusiasta do mercado imobiliário.