1) O cenário otimista para o mercado imobiliário em 2024

Embora 2024 mal tenha ainda começado, já é possível observar algumas tendências da área imobiliária para o restante do ano. Uma delas é que o mercado no Brasil vai seguir com valores mais altos, dando, dando continuidade ao ciclo de aumento dos preços dos imóveis. Os valores subiram mais de 5% em 2023 em relação ao ano anterior, conforme o índice Fipe/ZAP. Mesmo com um custo mais alto dos imóveis, o mercado deve se manter aquecido. Isso porque não é apenas o preço o fator decisivo para a compra de um imóvel. Outros fatores contribuem significantemente na hora da tomada dessa decisão, seja para uso próprio ou investimento. Entre esses fatores de otimismo estão a redução de juros e a estabilidade economica que se desenha para 2024.

2) Crise de moradia? Aluguel residencial aumenta três vezes mais que a inflação

Ter um teto para chamar de seu está custando cada vez mais caro. Segundo Índice FipeZAP de Locação Residencial, os preços dos aluguéis subiram 16,16% no acumulado de 2023. Trata-se da sexta alta anual consecutiva e um avança em relação aos 16,55%, registrados no ano anterior. Isso significa que o aluguel subiu três vezes mais que a inflação. Em 2023, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou com alta de 4,62%, sendo que o grupo Habitação subiu 5,06% no período.

3) Novas gerações estão transformando o mercado imobiliário

Vivemos um desses períodos de transição entre dois “tempos”. Pesquisa atrás de pesquisa confirma que as novas gerações têm preocupações e desejos próprios. Uma das mais recentes, a Millennial & Gen Z Survey 2023, da Deloitte, apontou, por exemplo, que construir uma relação mais equilibrada entre vida pessoal e trabalho é visto como prioridade. Gosto muito de uma expressão usada por Kristina Rogers, executiva da Ernst & Young, para definir esse novo consumidor: alguém que “quer menos, mas exige mais”. Cai a importância do acúmulo de bens e riquezas, cresce a preocupação com a qualidade e o grau de personalização dos serviços. Essa ideia sintetiza bem o desafio dos corretores imobiliários, que precisam se ajustar a um público que pesquisa, escolhe e adquire imóveis de um jeito diferente. Esse é um movimento que já está ocorrendo, mas seu ritmo precisa ser acelerado.

4) Prédio mais caro do Brasil: Itaú paga R$1,5 bi por sede em SP

O Itaú Unibanco adquiriu o edifício Faria Lima 3500, sede do Itaú BBA, por quase R$1,5 bilhão, marcando a maior transação imobiliária de um prédio na cidade de São Paulo, sendo o prédio mais caro. A compra foi oficializada por meio de uma escritura de compra e venda no final de dezembro. O vendedor foi um fundo imobiliário da Brookfield. O pagamento foi realizado à vista. O edifício localizado na Faria Lima, em frente ao Pátio Malzoni e repleto de obras de arte modernistas, destaca-se pelo valor elevado de R$64 mil por metro quadrado em sua área privativa de 22.786 metros quadrados.

5) Casa Paulista: governo libera mais 12 mil cartas de crédito imobiliário para moradias populares

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anuncia nesta terça-feira, 16, mais uma etapa do programa Casa Paulista. Dessa vez, haverá a oferta de mais de 12 mil cartas de crédito imobiliário para subsidiar moradias populares para famílias de baixa renda do estado. Lançado em julho do ano passado, o programa tem como frentes de atuação a concessão de crédito imobiliário para o cidadão adquirir seu imóvel diretamente com as construtoras e incorporadoras; a construção e a entrega de casas populares; a regularização fundiária e a execução de obras de urbanização e melhorias habitacionais.

6) Faturamento dos materiais de construção cai

O ano passado foi de queda no faturamento para a indústria de materiais de construção, embora em escala menor do que a retração apresentada em 2022. O índice Abramat, elaborado pela FGV para a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, aponta para uma redução de 2,2% em 2023, ante queda de 6,9% no ano anterior. A entidade começou 2023 projetando alta de 2%. Os materiais de acabamento tiveram queda de 6,8% no faturamento, puxando o resultado, enquanto os materiais de base apresentaram alta de 0,9%.

7) Pacheco diz que desoneração da folha de pagamentos será mantida, e MP do governo, reeditada

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, afirmou, nesta sexta-feira (19), que a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos, aprovada pelo Congresso Nacional até 2027, valerá e que a medida provisória editada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alterando as regras para o benefício e restituindo gradualmente as cobranças será revogada. “Há o compromisso do governo federal de reeditar a medida provisória, para revogar a parte que toca na desoneração da folha de pagamento. Esse é o compromisso político que fizemos e é assim que vai acontecer e se encaminharem as coisas” disse o parlamentar

8) Qual é a visão do mercado financeiro para papéis do setor imobiliário?

Apresentados os relatórios operacionais das incorporadoras e construtoras, as casas de análises começam a se movimentar. Neste começo de semana, Itaú BBA, XP, BTG Pactual, Citi e Bradesco BBI revisaram suas recomendações e/ou preços-alvos para as ações do setor imobiliário. Confira as visões para as empresas a partir dos números operacionais reportados.

9) Sem pressa para IPO, Patrimar deve esperar pelo melhor preço para ações

A Patrimar, empresa mineira que atua nos ramos de construção e incorporação de imóveis, quer estrear na Bolsa, mas não tem pressa. Cerca de três anos após recuar do protocolo para uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na B3, o grupo continua vendo a ideia com simpatia, mas tem conseguido executar o plano que apresentou aos investidores mesmo sem ter aberto o capital. Com o caixa confortável e números robustos na operação, a Patrimar deve esperar pelo momento em que o mercado estiver disposto a pagar o melhor valor possível para então colocar os pés no mercado de ações, o que não necessariamente acontecerá neste ano para o setor imobiliário.

10) Direcional aumenta lançamentos em 49% e vendas em 80% no 4º tri, na base anual

A incorporadora Direcional, que atua no segmento econômico, reportou no quarto trimestre lançamentos com valor geral de venda (VGV) potencial de R$ 1,3 bilhão, ao contar apenas a sua participação nos projetos – alta de 49,2% sobre o final de 2022. Foram 15 novos empreendimentos ou novas fases de empreendimentos. A empresa divulgou sua prévia operacional nesta segunda-feira (15). As vendas líquidas atingiram R$ 994,5 milhões de outubro a dezembro, também contando apenas a participação da Direcional, incremento de 80,3% em um ano. Foi o melhor resultado do indicador para um trimestre.

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Caio Lobo, o incorporador


Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um ENTUSIASTA DO MERCADO IMOBILIÁRIO.