1) Selic cai pela sexta vez consecutiva e juros vão a 10,75% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu, nesta quarta-feira (20), a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, passando de 11,25% para 10,75% ao ano. Foi a sexta queda consecutiva, levando a taxa ao mesmo patamar de fevereiro de 2022. Desde agosto de 2023, quando o Copom começou a reduzir o aperto monetário, a Selic sofreu redução de 3,0 pontos percentuais.

2) Banco Central manda recado em três palavras e indica que pode frear queda dos juros

Uma mudança de três palavras no comunicado da reunião do Copom) – que nesta quarta-feira (20) decidiu por um corte na taxa Selic para 10,75% ao ano – pode representar uma mudança de estratégia no combate à inflação. Nos comunicados anteriores, os membros do comitê vinham afirmando que anteviam “redução de mesma magnitude nas próximas reuniões”, ou seja, indicando que provavelmente fariam novos cortes de 0,5 ponto. Desta vez, porém, sinalizaram tal redução "na próxima renião". Saiu o plural, entrou o singular. O documento sinaliza que o Copom avalia que o cenário-base não se alterou substancialmente, mas que, em função da elevada incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, a estratégia de combate à inflação deve ser afetada.

3) Minha Casa, Minha Vida deve garantir resultados positivos para as construtoras até, pelo menos, 2025

As mudanças que vêm sendo feitas no MCMV) desde o ano passado abriram espaço para as construtoras ampliarem as vendas de imóveis com preços mais altos. O resultado foi uma expansão significativa de receita, margem e lucro em 2023, com a tendência de os balanços continuarem a engordar ao longo de 2024 e 2025, segundo estimativas de analistas. Grande vitrine do governo Lula, o MCMV foi reformulado para turbinar os lançamentos e as vendas. Desde a metade de 2023, houve aumento do subsídio dado às famílias para aquisição de imóveis (de R$ 47,5 mil para R$ 55 mil), corte dos juros em 0,25 ponto porcentual para o financiamento das famílias de menor renda (para o patamar de 4,0% a 4,25% ao ano) e elevação do teto de preços dos imóveis de R$ 265 mil para até R$ 350 mil em todo o País, permitindo que mais moradias sejam enquadradas no programa.

4) Como estão os juros dos bancos após seis quedas seguidas da Selic

Desde agosto de 2023, o Banco Central (BC) promoveu seis cortes seguidos da taxa básica de juros, a Selic, que caiu de 13,75% para 10,75% ao ano no período, numa redução de 3 pontos percentuais. Agora, a pergunta que fica é como estão os juros cobrados pelos bancos nesse novo cenário. O economista Emerson Marçal observa que a média do spread bancário, que consiste na diferença entre os juros que o banco cobra ao emprestar para seus clientes e a taxa que ele mesmo paga ao captar o dinheiro, caiu em um período de sete meses. Ela era de 21,98%, em maio do ano passado, e foi a 19,41%, em janeiro deste ano, quando o BC divulgou o último dado disponível sobre o assunto. “Isso quer dizer que o custo do empréstimo, em média, caiu 1,5% a mais do que a Selic nesse período”, diz o economista. “Ou seja, proporcionalmente, as condições de crédito estão melhorando mais do que a queda da taxa básica de juros do país.”

5) Blackstone diz que é hora de comprar imóveis: ‘preços estão no piso’ nos EUA

Os preços de imóveis atingiram o piso e há uma ótima oportunidade para agir rápido e comprar ativos a preços baixos, de acordo com o presidente da Blackstone, Jon Gray. "A percepção é muito negativa e ainda assim ocorreu uma queda no valor, então quando você chega nesse patamar é o momento certo de agir", disse Gray. "Haverá toneladas de notícias sobre transações de mercado que foram feitas em um mundo diferente e que agora estão encalhadas", disse Gray. "Mas estamos vendo um custo de capital que está começando a diminuir, um spread começando a se estreitar e um número de novas construções reduzindo drasticamente."

6) Sondagem da Construção aponta perspectivas positivas para os próximos meses

Segundo os dados da Sondagem da Indústria da Construção, divulgados nesta quarta-feira (20), no mês de fevereiro de 2024, o nível de atividade e o número de empregados na indústria da construção apresentaram-se em patamar superior ao observado no mês anterior, apesar de ainda registrarem uma queda. O índice de evolução do nível de atividade ficou em 46,2 pontos, enquanto o índice de evolução do número de empregados ficou em 46,0 pontos, ambos abaixo da linha divisória de 50 pontos, indicando queda, mas com resultados superiores aos registrados no mesmo período de 2023. Apesar dessas quedas, o Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI) registrou um avanço em março de 2024, atingindo 53,8 pontos, demonstrando um otimismo crescente entre os empresários do setor.

7) Saques na Poupança pode encarecer imóvel para a classe média

Os altos volumes de saques da poupança visto nos últimos meses podem tornar financiamentos de imóveis mais caros para a classe média brasileira. Isso porque a retirada na caderneta impacta diretamente a principal fonte de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que existe para promover o financiamento imobiliário no País. Com menor volume de dinheiro disponível na poupança, a tendência é que os juros das linhas de crédito fiquem mais altos no mercado. Desde maio de 2022 a captação líquida da aplicação financeira mais tradicional entre os brasileiros tem tido saldos negativos. Em 2023 os brasileiros retiraram R$ 46,29 bilhões da caderneta de poupança. A situação obrigou o setor a buscar outras fontes de recursos para compensar os baixos volumes da poupança. A Abecip explica que as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), os Certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e as Letras Imobiliária Garantida (LIG) têm sido as opções complementares. “Esse funding de mercado têm um custo maior, mas vêm sendo utilizados em conjunto com os recursos da poupança, atenuando o custo da operação”.

8) Vitacon mira IPO no segundo semestre e prevê R$ 2 bi em vendas em 2024

Não é de hoje que a Vitacon está de olho em uma possível oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). A incorporadora e construtora paulistana, conhecida pelos apartamentos compactos, tem intenções na bolsa há pelo menos quatro anos, mas acabou adiando os planos de estreia por conta da disparada dos juros pós-pandemia. Agora, com a tendência de queda na taxa Selic, a empresa pode ser uma das primeiras a testar o apetite do mercado para uma nova oferta de ações. “Entendemos que o segundo semestre será propício para uma janela de IPO. Não temos uma data cravada, mas estamos preparados”, diz Ariel Frankel, CEO da Vitacon.

9) Lucro da Even sobe de R$ 150 mil para R$ 57,2 milhões no 4º tri, na comparação anual

A incorporadora Even, que atua nos setores de média e alta renda, atingiu no quarto trimestre um lucro líquido de R$ 57,2 milhões, ante R$ 150 mil no mesmo período de 2022. A receita líquida subiu 44% no mesmo intervalo, para R$ 938,5 milhões, e a margem bruta foi de 25,9%, alta de 4,4 pontos percentuais. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 142,6 milhões, frente R$ 12,3 milhões reportados há um ano, com margem Ebitda ajustada de 15,2%, alta de 12,6 pontos.

10) Maior e mais leve? Em menos cidades, MRV sinaliza separação da Resia, reduz guidance e quer retomar protagonismo

O guidance do lucro para 2025 caiu de uma janela de R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão para outra mais baixa, de R$ 500 milhões a R$ 700 milhões. “Continuamos com um desafio de geração de caixa. Vamos construir menos unidades do que havíamos previsto, por isso estamos revisando o guidance para baixo em margem bruta e lucro”, afirmou Ricardo Paixão, CFO do grupo. O caminho para alcançar um patamar “maior e melhor” passa por ficar mais leve. Na incorporação brasileira, a empresa vai reduzir gradativamente a quantidade de cidades em que atua. O processo, que começou há dois anos, já cortou de 120 para 100 as localidades de atuação da MRV. Para os próximos três anos, a meta é reduzir para 80 cidades. A companhia anunciou ainda que pretende separar a operação da Resia da incorporação brasileira. A construtora, no entanto, não deu detalhes de como o processo deve ser feito – nem quando a intenção deve sair do papel.

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Caio Lobo, o incorporador


Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um ENTUSIASTA DO MERCADO IMOBILIÁRIO.