A mudança no perfil das famílias, nas preferências dos jovens que adquirem os primeiros imóveis e nas procuras por opções de locação por curta temporada estão aumentando a demanda por apartamentos compactos no Brasil. De acordo com dados do Banco Central (BC), entre os anos de 2018 a 2024, a metragem dos imóveis financiados caiu 12,75%, demonstrando que a preferência dos compradores está se adaptando às necessidades do mundo atual.

Conforme os especialistas, essa tendência segue a mudança já notada em outros países, como Japão e Estados Unidos, por exemplo. Nestes grandes centros urbanos, o movimento foi impulsionado principalmente pelos altos custos dos aluguéis, pela redução do tamanho das famílias e pela busca por imóveis em localizações mais privilegiadas, geralmente mais próximas do trabalho.

Em Goiânia, os imóveis compactos, de até 50 metros quadrados, representaram cerca de 40% dos imóveis comercializados no ano de 2024, de acordo com dados Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO).Como a procura é que faz a oferta, o mercado imobiliário começa a se adequar a essa nova visão, com empreendimentos com metragens reduzidas e serviços voltados para o atendimento de necessidades coletivas.

Esses empreendimentos seguem o conceito de metragens menores, com áreas privativas reduzidas e dependências comuns ampliadas para o compartilhamento. Assim sendo, as plantas são desenvolvidas dentro do conceito de ‘moradia compartilhada’, no qual o morador utiliza as áreas comuns do edifício como extensão do apartamento. Os ultracompactos suprem tanto a demanda de pessoas que buscam locais compactos para morarem sozinhos, ou investidores com foco em apartamentos para aluguel de curto período, pelas plataformas de locação como Airbnb e Booking.

A transição do mercado imobiliário aponta para uma nova modalidade de moradia, em que a localização e o custo-benefício com transporte e qualidade de vida são os atrativos centrais. Além da procura de aproveitamento do tempo, surge uma nova tendência voltada também para o bom uso do espaço, com ambientes que devem ser pensados no conforto e na praticidade dos novos perfis de moradores.