O consórcio, uma modalidade financeira para acúmulo de capital voltada para aquisição de bens, tem crescido entre os que procuram opções para fugir das altas taxas de juros em financiamentos. No mercado imobiliário, o consórcio de imóveis ocupa posição de destaque, justamente porque suas taxas não são afetadas pela Selic.

A modalidade, que antes era preferida entre os que tinham como interesse a formação e ampliação patrimonial, teve a demanda aquecida para além dos que miravam no consórcio para a compra da casa própria. Conforme os especialistas do setor, atualmente, o maior volume financeiro é advindo de pessoas com perfil investidor, ou seja, que compram cartas de consórcio para investimentos imobiliários, como a renda extra por meio do aluguel, mas sem abrir mão do capital possuído.

O que é o consórcio de imóveis?

O consórcio imobiliário é uma modalidade de compra planejada. Os grupos de consórcio, organizados por instituições bancárias ou financeiras, são autorizados pelo Banco Central e, mensalmente, cada membro paga uma parcela de modo a compor um fundo coletivo destinado à aquisição dos bens, neste caso imóveis.

As parcelas mensais a serem pagas para o fundo devem ser calculadas conforme o perfil do cliente, seu orçamento e urgência na necessidade de comprar o imóvel. A cada mês, são instituídos os contemplados que irão receber os valores acordados em contrato, na chamada carta de crédito. Essas escolhas ocorrem por meio de sorteios e lances.

A carta de crédito é um documento que permite a compra do imóvel no valor contratado pelo cliente, que continua pagando as parcelas à instituição financeira, mas obtém o valor total para a compra do imóvel à vista. As parcelas e os valores das cartas de crédito são ajustadas de acordo com os diferentes perfis financeiros.

Atualmente, diversos bancos oferecem consórcios imobiliários, como Caixa, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Santander, entre outros. Além disso, empresas do setor de construção civil, como a Porto Seguro e a MRV Engenharia, além de seguradoras, também oferecem o serviço.

Quando é indicado contratar consórcios?

Os consórcios de imóveis são recomendados para clientes que não possuem urgência na compra. Para quem precisa do dinheiro para operações de curto prazo, a modalidade pode não ser a mais recomendada, visto que a contemplação pode demorar, mesmo que seja dado um lance, que funciona como um adiantamento das parcelas, de modo a acelerar a contemplação da carta de crédito.

A modalidade também é indicada para os que não possuem o valor total para o investimento no bem material, mas querem evitar os juros do financiamento. Também é uma ótima opção para os que têm dificuldades em juntar dinheiro e acumular capital, mesmo que ainda não tenham um investimento maior em mente.

Indicações para consórcio imobiliário:

  • quem quer comprar um bem de alto valor, mas quer evitar juros e taxas altas de financiamento;
  • aqueles que não possuem valores consideráveis para dar entrada na compra do imóvel;
  • para quem quer evitar passar por análises rígidas de crédito;
  • alternativa para compras planejadas e sem juros;
  • para os que não têm pressa na aquisição do bem;
  • alternativa para quem quer guardar dinheiro.

Apesar de não ser considerado um investimento, o consórcio possibilita a aquisição de bens de forma controlada, com menor risco de endividamento e possibilita investimentos futuros. Conforme a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), o número de participantes ativos em consórcios em dezembro de 2024 foi de 11,21 milhões, o que representa um aumento de 8,9% em relação a 2023. A expectativa da associação é de que o sistema de consórcios mantenha crescimento de 8% em 2025.