O trabalho do corretor vai muito além do que as pessoas enxergam. Os bastidores escondem uma série de detalhes que só quem é da área sabe. 

Um dos problemas que os corretores enfrentam quando se trata da venda de imóveis na planta é o processo de venda das construtoras. Ou a ausência de um processo, melhor dizendo.

Algumas usam a ordem de cadastro de pastas dos clientes, outras dividem as unidades a venda entre as imobiliárias parceiras, e outras que privilegiam os amigos ou usam critérios subjetivos para facilitar a vida de alguns e complicar a venda de outros. 

Eu mesmo já passei por isso algumas vezes. E já cansei de ver corretores que se empenham, trabalham e investem de diferentes formas para vender imóveis na planta, não conseguirem unidades para seus clientes, apesar de terem juntado a documentação certinha e feito o que as construtoras orientam. 

Recentemente fiquei um dia todo num stand aguardando que a construtora informasse as unidades disponíveis depois de dividir o espelho entre a imobiliária que assina o empreendimento e os corretores do mercado.

E tudo que a construtora “combinou”, descumpriu depois. Desde a divulgação de como funcionaria o processo, até a escolha subjetiva de quais corretores teriam as unidades para trabalhar. 

Eles chegaram até a antecipar o dia do lançamento para um grupo específico, privilegiando claramente alguns “parceiros” e desprestigiando outros. 

E por mais que eu preze pela transparência, não vou citar nomes ou apontar dedos. O mercado é assim. E não vai mudar porque eu me incomodo ou acho errado.

No meio de tudo isso, a CMO Construtora tem o modelo que eu considero mais justo. Ela monta uma tabela única e apresenta para todos os corretores de maneira igual. Não existe distinção se o corretor é da imobiliária X, da imobiliária Y, ou autônomo.

Basta seguir o processo de enviar a documentação, fazer as pastas e cumprir um processo claro e transparente. 

Eu até poderia sugerir que algumas construtoras aprendessem com a CMO, mas sei que não é falta de conhecimento. Elas poderiam seguir um modelo que dá certo. Só não há interesse mesmo.

Nesse formato, funciona como no direito. Um bom advogado conhece as leis. Um excelente advogado é amigo do juíz. 

Felipe Furtado (@ofelipefurtadoé sócio fundador da AutImob, jornalista por formação e corretor há 6 anos.