1) Novo MCMV começa em maio e faixa 3 também poderá financiar imóveis de até R$ 500 mil, diz ministro
O governo federal anunciou nesta semana mudanças no Minha Casa, Minha Vida (MCMV) para atender famílias de classe média. Em entrevista à EXAME, o ministro das Cidades, Jader Filho, responsável por coordenar o programa, confirmou que a nova faixa do Minha Casa Minha Vida, direcionado para quem recebe até R$ 12 mil, começará a operar em maio deste ano. A expectativa do ministro é que 240 mil unidades sejam contratadas na nova faixa em 2025 e 2026. "O programa começa a funcionar a partir da primeira quinzena de maio, quando a Caixa vai deixar o seu sistema preparado para atender ao Minha Casa Minha Vida para a classe média", afirma Jader.
2) Governo estuda aval à compra de imóvel por fundo de pensão
A equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda estuda a possibilidade de permitir que os fundos de pensão possam voltar a comprar imóveis diretamente. Essa é uma demanda das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), que administram os fundos de pensão. A expectativa era que a medida viesse em conjunto com o fim da obrigatoriedade de venda, até 2030, de imóveis e terrenos que constam no portfólio das EFPCs, aprovado na quinta-feira passada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Por enquanto, ainda não há previsão de quando a matéria será apreciada pelo conselho. Em maio de 2018, o CMN proibiu que os fundos de pensão fechados aplicassem diretamente na compra de empreendimentos imobiliários. Atualmente, os investimentos em imóveis só podem ser feitos indiretamente, por meio de cotas de FIIs, CRIs e CCIs. Na ocasião, também foi determinado que os fundos teriam que se desfazer dos imóveis em carteira até 2030.
3) Setor de imóveis tem maior alta em lançamentos em dez anos
A venda de novos imóveis em 2024 cresceu 11,8%, em comparação a 2023. O volume de vendas foi de 186.540 unidades e o valor acumulado da venda das novas unidades chegou a R$60,3 bilhões, um crescimento de 16,5% em relação ao ano anterior. Os números são os mais altos registrados na série histórica, desde 2014. Os dados foram obtidos por meio do conjunto de indicadores Abrainc-Fipe, desenvolvidos pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
4) Construção: escassez de mão de obra eleva custos do setor, diz FGV
Em março, o problema atingiu o maior percentual desde outubro de 2012. Entre as empresas de serviços especializados, 70% dizem não encontrar profissionais no mercado. É um recorde desde o início da série em julho de 2010. As empresas ficaram mais pessimistas neste início de ano, refletindo as dificuldades com a escassez de mão de obra qualificada, que vêm alcançando patamares recordes, e um crédito mais caro.
5) Incorporadora testa apê mobiliado para fazer cliente ‘descer para BC’
A incorporadora Halsten, de Santa Catarina, vai lançar um projeto residencial em Balneário Camboriú com apartamentos já mobiliados e decorados, sem opção de venda do imóvel vazio. A novidade será um termômetro sobre a aceitação desse modelo de negócios no Brasil. Por aqui, a venda de imóveis na planta já mobiliados é rara, enquanto nos Estados Unidos e na Europa é uma prática mais difundida. A lógica é oferecer ao comprador a tranquilidade de se mudar logo após a entrega das chaves, sem ter que pensar em reformas ou adequações. O comprador poderá escolher entre três pacotes: no básico, vem móveis planejados, pias, cubas e vidros; no intermediário são acrescidos móveis soltos, como mesas, cadeiras e sofás, e eletrônicos e eletrodomésticos; e no pacote superior entram artigos de decoração personalizada, cama, mesa, banho e utensílios. Se o cliente quiser comprar só o apartamento, não vai ter negócio. “É uma venda casada, apartamento com mobília. Nosso produto é esse”, afirma o sócio e presidente da Halsten, Joel Zonta.
6) Sobretaxa pode aumentar custos de transferência de imóveis acima de 500% em Minas Gerais
Os custos com as taxas para transferência da propriedade de imóveis por meio de escritura e registro nos cartórios ficaram mais caros em Minas Gerais, já que entrou em vigor nesta segunda-feira (31) a nova tabela de emolumentos dos cartórios. O diretor regional da Associação Brasileira de Advogados do Mercado Imobiliário, Kênio Pereira, diz que, em alguns casos, o aumento nos custos pode superar 500%. O motivo é a criação de uma sobretaxa de R$ 3.143, que será aplicada múltiplas vezes, a cada faixa de R$ 500 mil, dependendo do valor da transação. Ele explica que a nova cobrança incide sobre transações acima de R$ 3,2 milhões com o acréscimo da taxa a cada faixa de R$ 500 mil excedida. “Pode parecer que o impacto é para imóvel de rico, de alto padrão, o que não é verdade, já que pode incidir num terreno onde será construído um conjunto habitacional, por exemplo, e isso vai ser repassado para o comprador”, observa.
7) Como o aumento da demanda por imóveis menores está mudando o mercado de aluguel
Nos últimos anos, a demanda por imóveis menores tem se intensificado, refletindo uma mudança no perfil das famílias e nas preferências de moradia. Esse movimento é impulsionado por fatores como o alto custo do aluguel, a busca por uma localização privilegiada e a mudança no formato familiar, com mais pessoas morando sozinhas e famílias menores. O impacto dessa tendência está alterando profundamente o mercado imobiliário e exigindo ajustes das empresas do setor. O aumento da demanda por imóveis menores pode ser observado em várias frentes. Dados do Banco Central mostram que a metragem dos imóveis financiados caiu 12,75% entre 2018 e 2024, o que reflete a busca por unidades mais compactas, de menor custo.
8) Residência estudantil: a Uliving quer ir além de São Paulo — e a culpa é dos estúdios
São Paulo deixou de ser uma prioridade – pelo menos por ora – no plano de expansão da Uliving, a investida do Pátria que opera prédios voltados para a moradia estudantil. A cidade ainda é o maior mercado da Uliving no Brasil – com quatro das suas oito unidades –, mas passou por um boom de oferta de estúdios nos últimos anos, incentivado pelo Plano Diretor, que restringiu o espaço para novos projetos de residência estudantil. “Os estúdios são apartamentos compactos que acabam competindo conosco,” disse Ken Wainer, o sócio do Patria responsável por acompanhar de perto a Uliving.
9) Brookfield vê oportunidades em imóveis no País e avalia entrar em hotéis
Enquanto boa parte dos investidores estrangeiros optou por ficar longe do mercado imobiliário no Brasil nos últimos anos, a gestora canadense Brookfield segue ativa e, inclusive, está de olho em novas oportunidades de negócios por aqui. A gestora conta com recursos captados por fundos globais que são aplicados à medida em que surgem negócios atrativos em cada país. Com o “dinheiro na mão”, a expectativa é encontrar “pechinchas” no mercado local ao longo desta temporada de juros altos e liquidez em baixa, que afasta outros concorrentes na disputa pelos ativos. “Vemos que agora é a hora de encontrar grandes oportunidades de comprar ativos que, talvez, em um ambiente econômico melhor, não poderíamos comprar no preço desejado”.
10) Sem imigrantes e com tarifas, custo de construção pode subir 20% nos EUA
As políticas tarifária e migratória do Governo Trump devem acertar em cheio o já inflacionado setor de real estate dos Estados Unidos. Os custos para construir uma casa podem subir cerca de 20%, mostram projeções realizadas pelo The New York Times com base em dados da incorporadora Rebuild the Block e do Observatory of Economic Complexity. Os cálculos foram feitos antes do anúncio de tarifas recíprocas de ontem — o que significa que o problema pode ser ainda maior. O jornal usou como referência uma casa de quatro quartos com piscina construída em Phoenix, no Arizona, pela Rebuild the Block. Um imóvel com essas características, que custou US$ 1,29 milhão para construir, pode saltar para US$ 1,52 milhão diante dos aumentos nos preços de mão de obra e materiais.
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Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um entusiasta do mercado imobiliário.