1) Juro sobe para construtoras, e imóveis devem ficar mais caros em 2025

Com os recursos disponíveis para o financiamento imobiliário praticamente esgotados este ano, a Caixa tem direcionado as construtoras para uma nova linha de crédito com taxas mais elevadas do que os empréstimos indexados à poupança. A estratégia se soma ao aperto já realizado nas condições de acesso ao crédito imobiliário às famílias e é mais um sinal de esgotamento do modelo atual de financiamento habitacional no país. A decisão afeta empresas da construção de todos os portes, à exceção daquelas que atuam no Minha Casa, Minha Vida e acessam os recursos do FGTS. Assim como os consumidores pegam dinheiro emprestado para comprar a casa própria, as construtoras podem financiar a obra dos novos empreendimentos por meio do SBPE.

2) Indicadores projetam tendências do setor imobiliário em 2025

Com o fim de 2024 se aproximando, o mercado imobiliário apresenta sinais positivos de recuperação e confiança para o próximo ano. Dados recentes reforçam esse otimismo. No terceiro trimestre de 2024, o segmento econômico, impulsionado pelo Minha Casa, Minha Vida, registrou um aumento expressivo nas vendas e na procura. Já o segmento de médio e alto padrão (MAP) manteve estabilidade, demonstrando solidez em diferentes nichos do setor. Além disso, os preços dos imóveis mostraram alta de 4,7% no segundo trimestre do ano, fortalecendo a atratividade do mercado. Segundo Rafael Machado, CEO da plataforma Meu Imóvel, essa estabilidade é um terreno fértil para novos lançamentos em 2025. "O mercado se mostrou sólido em 2024, com bons índices de absorção da oferta, e isso traz mais segurança aos incorporadores para novos projetos", avalia.

3) Caixa lança linha de crédito imobiliário com juro pós-fixado atrelada ao CDI

Segundo comunicado do banco a nova modalidade vem como alternativa para atender clientes que queiram financiar imóveis acima de R$ 1,5 milhão ou que já tenham financiamento habitacional ativo na instituição financeira. O prazo para pagamento de até 360 meses, e as taxas partem de 114% do CDI. As condições são válidas para imóveis residenciais novos e usados, com o foco inicial nas unidades prontas. “Com mais essa opção, a Caixa exerce papel fundamental na ampliação das fontes de recursos para o crédito imobiliário, colaborando com a diversificação das possibilidades de financiamento por meio de recursos livres do banco”, ressaltou o presidente do banco, Carlos Vieira, em nota.

4) Caixa negocia com Fazenda uso de estatal para aliviar crédito imobiliário

A Caixa Econômica Federal está discutindo alternativas com o Ministério da Fazenda a fim de evitar falta de recursos para empréstimos habitacionais para a classe média. Isso já está acontecendo, mas, a menos de um mês do fim do ano, a maior preocupação do banco é assegurar uma fonte de financiamento, principalmente no segundo semestre de 2025, diante da escassez da caderneta de poupança. Entre as alternativas solicitadas pela Caixa à Fazenda estão usar a estatal Empresa Gestora de Ativos (Emgea) para levantar pelo menos R$ 10 bilhões com a venda de títulos da Caixa e carteira de financiamentos, além de recorrer ao FGTS.

5) Hora de arrumar a casa: MRV pisa no freio, enxuga gastos e traz novo CEO para Resia

Uma das grandes dores de cabeça da MRV (MRVE3), a companhia de Rubens Menin completou a revisão estratégica de sua subsidiária nos Estados Unidos, a Resia, bem como sua estrutura organizacional e financeira, que envolve até a troca de CEO. A companhia foi comprada em 2020 e é uma das principais queixas de analistas devido a sua queima de caixa. Chegou-se a especular, inclusive, em uma possível venda da companhia, o que não ocorreu. A Resia reduzirá seu ritmo de lançamento para um número mínimo de propriedades de “alta rentabilidade” nos próximos dois anos. O investimento, segundo a construtora, virá do landbank atual, além de US$ 20 milhões de capital adicional e US$ 120 milhões de dívida de financiamento à construção neste período.

6) Saque-aniversário reduziu o acesso à casa própria, diz CEO da Direcional

Cerca de cinco anos após a criação do saque-aniversário do FGTS pelo governo passado, o diretor-presidente da Direcional, Ricardo Gontijo, diz que percebeu uma redução no poder de compra da casa própria pela população de baixa renda. Ele diz que as pessoas passaram a fazer dívidas para antecipar os recursos do fundo e acabam utilizando o dinheiro com gastos "não tão nobres". Com sua empresa voltada prioritariamente para o público do programa Minha Casa, Minha Vida, Gontijo defende que o FGTS seja restrito novamente para que famílias utilizem o recurso como entrada de um imóvel e, assim, consigam se beneficiar socialmente.

7) Com piora dos juros, gigante imobiliária Greystar reduz planos no Brasil

A norte-americana Greystar, maior empresa do mundo em prédios residenciais destinados à locação, revisou os seus planos de crescimento no Brasil. O objetivo ainda é crescer, mas os projetos foram reduzidos em função das dificuldades da economia, tanto daqui quanto do exterior. Há um ano, a Greystar lançou um fundo de investimento para captar R$ 1 bilhão para desenvolver uma nova leva de empreendimentos por aqui. No entanto, o negócio não se concretizou por causa da subida dos juros, que desestimulou investidores a assinarem cheques tão grandes. A Greystar atua abrindo fundos que bancam os projetos. A empresa fica com uma participação minoritária, concentrando-se na locação e na gestão dos imóveis, enquanto os sócios financeiros fazem o maior aporte e ficam como majoritários.

8) Como os escritórios de gestão de fortunas dos super-ricos investem em imóveis

Os super-ricos que têm fortunas geridas por family offices, escritórios de investimentos especializados na alta renda, têm acesso a oportunidades exclusivas no mercado imobiliário, tanto residencial como corporativo. Esses escritórios podem se tornar uma espécie de sócios dos empreendimentos logo que estão sendo criados, uma prática conhecida do ramo imobiliário, mas que antes era restrita a amigos e familiares dos empresários. Os retornos chegam a 25% ao ano, superando com folga os rendimentos de títulos de renda fixa atrelados à Selic atual, de 11,25% ao ano. O capital levantado com esse público é aplicado de forma diferente daquele captado com bancos, utilizado em obras e listado como dívida. Esse dinheiro é para a etapa inicial do projeto, que começa na aquisição do terreno, e o saldo não vira dívida, vira equity.

9) Imigrantes investiram R$ 283 milhões em imóveis no Brasil em 2024

De janeiro a setembro de 2024, imigrantes investiram R$ 283,2 milhões em imóveis no Brasil. Os dados são do Boletim da Migração de novembro, produzido mensalmente pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) com base nos dados do Observatório das Migrações (Obmigra). Nos primeiros nove meses deste ano, nativos dos Estados Unidos lideraram os investimentos no mercado imobiliário, com R$ 65,7 milhões; seguidos de naturais da França, com R$ 39,9 milhões; e pessoas vindas da Itália, com R$ 39,5 milhões.

10) “Não existe dinheiro suficiente para 2025”, diz Menin, fundador da MRV, sobre o mercado imobiliário

O Brasil irá finalizar o ano com um gosto agridoce na boca. Enquanto os números indicam 2024 como um dos melhores anos para o setor imobiliário, a preocupação com o funding segue assombrando os executivos. Rubens Menin, fundador e atual presidente da MRV Engenharia, disse que está bastante otimista com as próximas duas décadas, mas também se mostrou apreensivo em relação aos recursos disponíveis para a construção civil. Segundo o executivo, a captação de recursos é o ponto de maior atenção e necessita de ajustes. Se por um lado a poupança segue com números elevados de retiradas, o FGTS também apresenta um risco com saques-aniversário. Menin pressiona pedindo por mais políticas públicas acerca do assunto.

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Caio Lobo acerta parceira com a AutImob



Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um ENTUSIASTA DO MERCADO IMOBILIÁRIO.