1) Construção leva ao Senado pleito de redução do IVA para o setor

A CBIC apresentou o pleito de redução de 60% da alíquota geral do futuro IVA (Imposto sobre Valor Agregado), na audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, realizada em 27 de agosto. Renato Correia, presidente da CBIC, apresentou dados sobre a carga tributária atual do setor, que gira em torno de 8,11%. Explicou que a redução de 40% da alíquota geral do IVA para a construção, aprovada na Câmara dos Deputados, elevaria esta tributação, e que, para mantê-la neutra, será necessária uma redução de 60%. Ely Wertheim, CEO do Secovi-SP, apresentou os estudos realizados por consultorias renomadas, que indicam um aumento significativo nos preços dos imóveis e loteamentos, caso o pleito não seja contemplado.

2) Mercado imobiliário prevê recorde de vendas em 2024 e aumento de preço

As divulgações dos balanços do segundo trimestre das incorporadoras, feitas neste mês, apontaram para um mercado em geral positivo, que tem demandado produtos e conseguido arcar com os custos do financiamento imobiliário, mesmo com taxas altas e sem previsão de baixa, após a interrupção do ciclo de queda da taxa Selic. O setor habitacional espera desempenho recorde em 2024. O indicador do Secovi-SP para a cidade de São Paulo corrobora os resultados divulgados pelas companhias. Nos últimos 12 meses até julho, o número de unidades lançadas subiu 23%, para 88 mil, puxado pelo desempenho das empresas que estão no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

3) MCMV Cidades abre as portas para programas habitacionais de Estados e Municípios

Programas habitacionais que concedem subsídios para facilitar o acesso das famílias à habitação têm sido bastante bem sucedidos, seguindo o modelo precursor do programa Casa Paulista do Governo de São Paulo. E desde outubro de 2023, quando foi regulamentado o MCMV Cidades, esses programas podem ganhar relevância também nos municípios. Entre outros benefícios, facilitam ao adquirente dar a entrada no financiamento habitacional, possibilitando a famílias com renda de um a três salários mínimos mais opções de escolha de seu primeiro imóvel. Com subsídios que vão de R$ 10 mil a R$ 45,8 mil, já foram implementados os programas Casa Paulista (SP), Morar Bem (PE), Compra Compartilhada (Porto Alegre), Ser (MT), Casa Fácil (PR) e Crédito Parceria (GO). Com subsídio de R$ 25 mil, está em implementação o programa Habita+RJ (RJ), e o programa De Portas Abertas (RS) se encontra em desenvolvimento.

4) Bancos e governo preparam ‘reforma’ para crédito imobiliário voltar a crescer

Agentes do mercado e do governo estão construindo uma agenda com diversas iniciativas para fazer o crédito imobiliário crescer nos próximos anos a partir de novas fontes de recursos. A movimentação ganhou força após ficar claro que a poupança - principal fonte para os financiamentos - não deve se recuperar após os saques de mais de R$ 200 bilhões nos últimos três anos. O entendimento é de que é preciso procurar alternativas, ou o crédito ficará escasso e caro. A participação do crédito imobiliário na economia nacional no Produto Interno Bruto (PIB) passou de 2% no início dos anos 2000 para 10% em 2015. Desde então não cresceu mais.

5) Caixa conversa com BC para redução de compulsório no crédito habitacional

O vice-presidente de finanças e controladoria da Caixa, Marcos Brasiliano, reafirmou que a instituição tem conversado com o Banco Central para a redução de compulsório no crédito habitacional, em meio à queda na poupança, que dificulta o funding. "O BC já tomou medidas nesse sentido, quando há desabastecimento em alguma linha, ele atua. A última vez foi no depósito à vista, na parte que é direcionada a microfinanças. Temos uma conversa com o BC para, da mesma forma, fazer isso com a poupança"

6) Corretora está apostando na emissão de CRIs, Certificados de Recebíveis Imobiliários, para viabilizar projetos em cidades do agronegócio

O mercado financeiro está descobrindo aos poucos novas formas de se aproximar do agronegócio, um dos principais setores da economia brasileira, que até pouco tempo só era lembrado no crédito voltado à produção. 

A Monte Bravo, porém, resolveu ir além. Atualmente, com R$ 40 bilhões sob custódia e meta de chegar aos R$ 100 bilhões até 2026, a instituição financeira tem estruturado outro investimento da “sopa de letrinhas” para financiar projetos imobiliários em municípios do Centro-Oeste e que são fortes no agronegócio. Para isso, a corretora vem fazendo parcerias com incorporadoras locais, em Mato Grosso e em Goiás, para a estruturação e emissão de Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRIs), nos quais os recursos levantados financiam projetos ou pagam dívidas de empresas do segmento de imóveis.

7) Empresa liderada por Roberto Justus lança escola focada em construção industrializada

A dificuldade para encontrar mão de obra é um dos maiores problemas do mercado imobiliário ao redor do globo. Para tentar solucionar este problema, o Grupo SteelCorp, empresa que desenvolve empreendimentos com construção modular em light steel frame, anunciou uma escola para formar e aperfeiçoar profissionais especializados em construção industrializada. A meta da SteelAcademy para o primeiro ano de operação é formar 4.050 alunos em gestão de obras, engenharia e arquitetura, além dos especialistas de montagem, como pedreiros, marceneiros, gesseiros, eletricistas e mestres de obra. A expectativa é que a escola atinja um faturamento de R$ 15 milhões em dois anos. Para isso, a empresa realizou um investimento inicial de R$ 3MM. 

8) Sistema próprio de relacionamento com clientes da Direcional reduz 80% do custo de manutenção

A Direcional Engenharia, de Belo Horizonte (MG), uma das pioneiras em processos digitais no setor da construção, reformulou o serviço pós-venda com a criação de um sistema próprio de relacionamento com os clientes. O Pode Morar, em operação desde 2021, rendeu à companhia o prêmio Inovações Tecnológicas na categoria Profissional, nesta 30.ª edição do Master Imobiliário. “A base de dados quadruplicou e os custos de manutenção caíram 80%, resultando em melhor relacionamento com clientes”.

9) As incorporadoras Even e Melnick desfazem acordo firmado em 2020; entenda o que aconteceu

A Even (EVEN3) informou ao mercado que finalizou o Acordo de Acionistas, firmado em 2020, com a Melnick (MELK3). Desta forma, ambas não possuem mais obrigações legais uma com a outra. O distrato vem após a construtora solicitar a alienação de mais um lote de ações ordinárias que a deixaria com uma porcentagem de participação menor do que a mínima acordada de 14,5%. Vale lembrar que esta porcentagem foi atingida na quinta-feira (22), quando a companhia informou que alienou 9,8 milhões de ações, as quais foram vendidas dentro do mercado de bolsa de valores. O processo de desinvestimento acontece desde meados de 2023 e já teve uma série de vendas durante o ano de 2024

10) Modalidade que destina prédio inteiro para locação leva dois troféus no Master Imobiliário

Ainda incipiente no Brasil, a modalidade conhecida como multifamily já movimenta alto volume de investimentos no portfólio de duas empresas, SK Realty e Brookfield. Ambas premiadas com o Master Imobiliário por sua atuação nesse modelo de negócios, em que um prédio inteiro é destinado exclusivamente para locação, oferecendo unidades mobiliadas, academia montada, coworking e internet, além de áreas de lazer equipadas. Desde 2021, a Brookfield fechou a aquisição de 23 projetos, com 5 mil apartamentos, no valor de R$ 1,7 bilhão. Cerca de 1.500 estão em operação em oito cidades.

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Caio Lobo, o incorporador


Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um ENTUSIASTA DO MERCADO IMOBILIÁRIO.