1) Preço dos imóveis deve subir em 2025 com retração nos lançamentos, aponta CBIC

A expectativa da entidade é que a demanda por imóveis se mantenha aquecida em 2025. No entanto, o ciclo de elevação da taxa de juros, a Selic, e a consequente redução da disponibilidade de crédito via SBPE podem impactar o poder de investimento das empresas e desacelerar o número de lançamentos imobiliários, diminuindo a oferta. Além disso, fatores como a escassez de mão de obra na construção civil e o aumento dos custos de materiais, influenciados pelo câmbio e pelo cenário internacional, também devem pressionar os preços para o consumidor final.

2) Lançamentos e vendas de imóveis avançaram em 2024, mas consignado e juros preocupam

O número de residências lançadas no país subiu 18,6% em 2024 e as vendas avançaram 20,9%, de acordo com dados da CBIC. Foram lançadas 383,5 mil unidades, que somam R$ 233 bilhões em valor, alta de 20,7% em um ano. Esse volume é o maior desde o primeiro trimestre de 2017, o início da série histórica da entidade. As vendas atingiram 440,5 mil unidades, com valor de R$ 229 bilhões, aumento de 22,6%. A oferta final, que representa os imóveis novos disponíveis para compra, caiu 7,8% em um ano e terminou 2024 em 291,9 mil unidades. Essa queda também é visível no indicador de meses necessários para o escoamento da oferta, que caiu de 11,5 meses, no fim de 2023, para 8,7 meses em dezembro de 2024. O desempenho do MCMV ajudou a trazer esses números para cima. Foram lançadas 187,4 mil unidades pelo programa, alta de 44,2%, e vendidas 168,8 mil, aumento de 43,3%. Ao fim de 2024, o tempo para escoamento da oferta de imóveis do MCMV havia recuado de 9,4 meses para 7,2 meses.

3) Caixa lança linha de crédito especial para revitalização de prédios antigos

A Caixa Econômica Federal lançou nesta quinta-feira, 20, uma linha de crédito imobiliário para incorporadoras com projetos de revitalização de prédios antigos — o chamado retrofit. A nova modalidade contará com benefícios em relação à linha tradicional de financiamento à produção de imóveis novos. “Como banco da habitação, temos estudado bastante o tema para apoiar o setor”, afirmou o gerente de Clientes e Negócios de Habitação Para Pessoa Jurídica, Reinaldo Mazzocato. “A Caixa será a grande parceira do retrofit. Assim como dominamos outros mercados, queremos dominar este.” A nova modalidade contará com recursos do FGTS e do SBPE — com taxas de juros abaixo de mercado —, além de recursos livres.

4) Deputados avaliam novo saque do FGTS no nascimento de filho, medida pode impactar o Minha Casa, Minha Vida

A Câmara de Deputados tramita um projeto de lei, em regime de urgência, que pretende ampliar ainda mais as possibilidades de saque do FGTS. O PL 6.980/2017 permite a movimentação, pelo trabalhador, do saldo do fundo por ocasião do nascimento ou da adoção de criança. O projeto ainda prevê o acesso ao fundo pelas trabalhadoras que são chefe de grupo familiar ou mães solos que necessitem de recursos financeiros para enfrentar algumas situações de vulnerabilidade. Conforme cálculos do governo, as mudanças trazidas pelo projeto têm um impacto financeiro potencial de R$ 63 bilhões, o que poderia refletir na diminuição de recursos para o imobiliário.

5) Mercado de leilões dispara com retomada de imóveis e abre oportunidades

O aumento na quantidade de imóveis retomados pelos bancos nos últimos anos aqueceu o mercado de leilões ao redor do País, que teve crescimento no número de ofertas em 2024 e tende a continuar em expansão em 2025. “Esse crescimento na originação de imóveis foi um reflexo da pandemia. Por um período, os bancos alongaram o prazo para pagamento dos financiamentos. À medida que o tempo avançou, essas retomadas represadas explodiram em 2024. E essa é a tendência para 2025”, avalia o gerente de mercado imobiliário da SuperBid, Glauber Araujo. Para 2025, é possível haver algum esfriamento na demanda em função do cenário de juros elevados, pois menos pessoas devem ter condições de comprar um imóvel. “A disputa vai ficar menor. Então, 2025 será muito bom para o investidor capitalizado. Na escassez de financiamento, surgem excelentes oportunidades de negócio”, prevê Araújo.

6) Novos contratos de aluguel fecharam 2024 com alta de 13,5%

Quem alugou um imóvel em 2024 pagou, em média, 13,5% mais caro do que os contratos fechados em 2023 para imóveis similares. O percentual reflete a inflação do aluguel medida pelo Índice FipeZap a partir da média de valores dos contratos novos fechados em plataformas online. O valor está acima da inflação, que fechou o período em 4,83%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O que está acontecendo? Aluguel está mais caro. A alta do aluguel em 2024 ficou acima da inflação, e quem precisa alugar um imóvel está pagando mais caro. Isso reflete um aquecimento no mercado de aluguéis, o que é bom para proprietários e ruim para inquilinos.

7) Alta no juros é apontada como desafio para mercado imobiliário e construção civil em 2025

A levação da taxa de juros é apontada por especialistas como o principal desafio para os setores do mercado imobiliário e da construção civil em 2025. Além da alta taxa de juros, a escassez da mão de obra também pode atrapalhar o crescimento contínuo. Apesar disso, a projeção de crescimento nessas áreas é positiva. Os índices foram apresentados no evento "Setor da Construção: Panorama e Perspectivas para 2025", realizado nesta terça-feira (18), na sede da Firjan, no Centro da cidade.

8) Setor da construção defende flexibilizar Bolsa Família para gerar empregos

Representantes do setor da construção civil divulgaram uma carta na qual propõem um modelo de flexibilização para o Bolsa Família. A ideia é criar um modelo de transição no qual o benefício seja reduzido gradativamente conforme a renda cresce. O setor afirma que a atual estrutura do Bolsa Família incentiva uma dependência involuntária daqueles que recebem o auxílio, o que acaba prejudicando a oferta de mão de obra no mercado de trabalho. “A estrutura atual do programa incentiva a permanência na assistência ao criar um dilema cruel para seus beneficiários: ingressar em um emprego formal e perder 100% do auxílio, ou manter-se em um ciclo de dependência para garantir uma segurança financeira mínima”. Com a proposta de flexibilização do benefício, o trabalhador integrado ao mercado de trabalho não perderia imediatamente o auxílio, mas o montante seria reduzido de forma progressiva à medida que o colaborador ganhasse estabilidade no mercado formal.

9) Apê de oito dígitos: imóveis de superluxo batem recorde em São Paulo

Nomes conhecidos do universo de luxo como Porsche, Armani, Pininfarina – responsável por designs de Ferrari e Maserati –, Versace, Fasano e até a saudosa Daslu têm ajudado a turbinar as vendas dos imóveis residenciais classificados como superluxo no país. Em São Paulo, foram vendidos 1,38 mil apartamentos novos acima de R$ 4 milhões no ano passado – um recorde para o segmento, segundo levantamento da Brain Inteligência Estratégica para o Pipeline. A cidade que mais vende apartamentos compactos é também o maior mercado no altíssimo padrão. Em valor de venda, somaram R$ 11,1 bilhões, cifra também nunca antes alcançada e quase o dobro dos R$ 6 bilhões de 2023. Já na categoria luxo, que considera unidades entre R$ 2 milhões e R$ 4 milhões, foram 2,29 mil imóveis, movimentando R$ 6 bilhões.

10) Governo autoriza novas contratações para o Minha Casa, Minha Vida Rural

O Ministério das Cidades publicou, no Diário Oficial da União desta sexta-feira (21), a Portaria MCID nº 159, que autoriza a contratação de propostas selecionadas no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) Rural. A medida dá continuidade ao processo seletivo iniciado pela Portaria MCID nº 743, de junho de 2023, e detalhado na Portaria MCID nº 354, de abril de 2024. A nova portaria permite a formalização de contratos para a construção de unidades habitacionais em áreas rurais, beneficiando comunidades em diferentes estados.


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Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um ENTUSIASTA DO MERCADO IMOBILIÁRIO.