Preço é determinante na hora de escolher um imóvel para 56% dos entrevistados, revela estudo do Quinto/Andar e Datafolha


O preço elevado dos imóveis no Brasil tem levado muitos brasileiros a desistirem de comprar, vender ou alugar, por temerem fazer um negócio desfavorável. Segundo o levantamento “A precificação dos imóveis do Brasil”, feito pelo Grupo QuintoAndar em parceria com a Datafolha, revela que 65% dos entrevistados, dois em cada três, já abandonaram uma negociação por insegurança em relação ao valor cobrado.

O estudo aponta ainda que o preço é determinante na hora de escolher um imóvel para 56% dos entrevistados, sendo que 47% dos inquilinos e compradores destacam a dificuldade de conciliar o negócio com o orçamento disponível.

Para a maioria dos entrevistados (84%), encontrar uma referência confiável de preço é desafiador, e dificuldades como a ausência de fontes seguras e o impacto das reformas no valor final geram ainda mais incertezas.

A estratégia de inflar os preços para facilitar uma negociação é comum: 56% dos proprietários admitem aplicar essa prática, na expectativa de receberem propostas mais baixas. Em contrapartida, apenas 16% estabelecem um preço fixo, sem margem para negociação.

Esse comportamento influencia diretamente as expectativas dos consumidores, que já iniciam a busca por imóveis esperando desconto — algo buscado por 77% dos interessados em negociar. Cerca de metade espera uma redução entre 5% e 10% do valor ofertado. Essa tendência de "sobrepreço" pode até reduzir a liquidez de imóveis, ao afastar aqueles que procuram transparência nos preços.

Proprietários têm dificuldade para precificar imóveis

De acordo com o levantamento, 68% dos proprietários levam até um mês para saber como precificar um imóvel. Além de mostrar que a falta de parâmetro tem impacto na hora de realizar a precificação dos imóveis, a pesquisa identifica que é comum fazer a negociação com um valor acima. No estudo, 56% dos proprietários dizem sobreprecificar, já considerando que um desconto será concedido à frente durante a negociação.

O estudo, realizado de 27 de agosto a 12 de setembro de 2024, ouviu mais de 2 mil inquilinos, compradores, vendedores e proprietários de imóveis, e abrangeu, além das cinco regiões brasileiras, áreas metropolitanas densamente povoadas como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.