Mariana Ribeiro, Diretora de Qualidade e Pós-Obra da Toctao Soluções em Engenharia


Embora a construção civil seja dominada por homens, cada vez mais mulheres têm conquistado espaços de trabalho. Segundo dados do Ministério do Trabalho e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), a participação delas no setor cresceu 10,85%. Ainda é pouco, mas já é possível encontrar histórias de lideranças femininas em canteiros de obra, que inspiram outras mulheres a seguirem carreira na área.

Com apenas 32 anos, a engenheira civil e de Segurança do Trabalho, Mariana Ribeiro tem um bela jornada de sucesso para compartilhar. A profissional com 14 anos de profissão é a atual diretora de Qualidade e Pós-obra da Toctao Soluções em Engenharia, empresa do Grupo Mauá, um dos maiores de Goiás, com forte atuação na área de incorporação e construção civil.

Há 12 anos na empresa, a engenheira lidera mais de 30 profissionais diretamente e, de maneira indireta, aproximadamente 500 colaboradores distribuídos nas obras do grupo. Mariana chegou como estagiária de uma obra em 2011 e depois foi atuar na área de gestão da qualidade da empresa, onde conseguiu a tão sonhada contratação como engenheira civil.

Em um momento de crise no mercado, ela aceitou trabalhar na assistência técnica da empresa, um setor não muito desejado pelos engenheiros, por gerar muito estresse. Assumindo desafios, tornou-se coordenadora e, depois, foi convidada a se tornar sócia da Toctao Soluções em Engenharia.

Em sua visão, o fato de lidar com uma maioria expressiva de homens no dia a dia nunca foi um problema, pois sempre foi tratada com muito respeito. “No entanto, quando atendia clientes de pós-obra, já precisei fugir de cantadas desrespeitosas e cheguei a ser assediada de maneira mais incisiva, ao ponto de precisar registrar um boletim de ocorrência na delegacia, o que foi feito com o apoio da empresa”, conta.

Para a engenheira, de modo geral, o mercado de trabalho para as mulheres melhorou muito com o passar dos anos, mas ainda há muito que avançar. “Mesmo sendo privilegiada por não sofrer nenhum tipo de preconceito na empresa onde trabalho, vejo que ainda precisamos lutar pela equidade de gênero de uma forma mais global”, destaca ela, ao citar um estudo do Linkedin que utilizou um mesmo currículo, mas com nomes diferentes de um homem e uma mulher, para ser analisado por empresas e profissionais.

“O homem foi contratado primeiro e com um salário muito superior ao da mulher. Essas pessoas verdadeiramente nem existiam e o currículo era exatamente igual. Isso é estar em posição igualitária?”, indaga.

Mariana considera que sua situação é privilegiada frente a outras mulheres, por ser branca, sem filhos e solteira, o que facilita muito minha rotina e a dedicação ao trabalho. “Mulheres que são mães, esposas, que possuem jornadas não triplas, mas quádruplas, com um emprego, família e casa para cuidar, possuem desafios ainda maiores”, pontua.